domingo, 16 de dezembro de 2012

O direito de ficar SÓ

Ultimamente tenho sentido a necessidade de ficar SÓ.
É engraçado como esse meu desejo é ignorado e transformado numa espécie de EGOÍSMO cruel. Sempre tenho que repetir: você se esqueceu que estou esgotada? Você sabe que não quero gastar o pouco da bateria que me resta em socializações!
Ai, meu fiel escudeiro, me diz: é só um poquinho, coitado de fulano, lá você distrai...
E eu respondo: e de mim você não tem dó? Tô cansada de repetir que estou doente, mas não gosto de agir com tal e que se eu for em tal lugar terei que fingir estar bem, forçar para me concentrar na conversa sem me distrair com o barulho do passarinho lindo que acabou de passar...
Enfim, não dá.
O pior é a armadilha que criam para você não ter como fugir, seria cômico se não fosse trágico.
Imagina que hoje, fui acordada com a seguinte frase: "estou indo na casa dos meus pais e depois passo aqui para lhe buscar, pois seu irmão está fazendo um churrasco no sítio e como sua mãe não coube no carro dele e ele nos convidou para ir lá e a levar."
Fiquei furiosa. Primeiro que esse churrasco é daqueles em que temos que fingir ser a conhecida família de comercial de margarida, o que me força a ter que vestir a armadura.
Segundo porque, pra variar, meu irmão abusou do meu excesso de BOM SENSO para resolver um problema para ele: levar minha mãe. Ele sabe que pode contar comigo, mas se o churrasco fosse meu e eu tivesse que contar com ele para levar minha mãe, pode ter certeza que ela não iria. Nem no meu chá bar ele foi...
Terceiro porque o fato de minha mãe estar sozinha em casa, deu a certeza a ele de que eu irei no churrasco.
É família e, família a, FAMÍLIA! kkkkkk
Mas, pra surpresa geral da nação, exclui a parte dramática da situação e fiz o óbvio: liguei para minha mãe e perguntei se o carro dela estava lá; após ela dizer que sim, falei para ir com ele para o churrasco porque eu não iria. Simples assim!

2 comentários:

  1. Oi Aline.
    Na verdade eu já havia lido esse texto e gostei muitíssimo de sua decisão. Família tem esse mau hábito de querer obrigar seus membros a confraternizarem na marra. Odeio isso.
    Outra coisa, eles não acreditam em TDAH ou se acreditam, não acreditam que somos portadores. Já falei que vou começar a babar e latir pra ver se eles acreditam. kkkkkkkkk
    Já desisti de tentar convencer quem me cerca.
    Abraços
    Alexandre

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  2. Oi Alexandre! Obrigada por visitar meu blog, é uma honra ter um grande escritor passando por aqui. Você e o Peregrino DDA têm postagens excelentes.
    Ah, queria lhe parabenizar pela sua coragem, afinal não deve ser nada fácil assumir para todos que tem tdah... pois, como vc mesmo disse ninguém acredita.
    Mas, o mais importante é a gente se permitir ter tdah; o que no meu caso é o mais difícil.
    Abraços.
    Aline.

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