segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O TDAH e a busca pelo "lugar ao sol"

Escrevi ontem, num caderninho que deixo na minha cabeceira (muito útil por sinal kkk), o seguinte texto:
Aqui estou, as 24:25 da noite, refletindo sobre o tsunami de tristeza que se instalou em meu peito desde que percebi que teria que abandonar um sonho de anos...
Fico me perguntando o porquê de não ter conseguido jogar fora os destroços desta devastação... E logo me vem a mente a resposta: não aceitação da frustração, ou melhor, derrota declarada e não admitida.
No meu coração, o veneno da descoberta das minhas habilidades e capacidades me cegaram...
Permaneço feliz por tudo que conquistei e pelas graças recebidas, mas a alegria não tem me visitado, pois a tristeza de não conseguir concluir a jornada vencida sem me sacrificar mentalmente e fisicamente, massacra demais.
Me sinto como alguém que consegue escalar a maior montanha do mundo, mas que quando chega no topo percebe que, a parte mais fácil, que é a descida será impossível. Isto porque todas suas forças e energias se esvaíram na subida. Resultado: minha vitória é instantaneamente fulminada pelo fracasso de não poder usufruir os frutos plantados porque, até para isso, é necessário ter um pouco de disposição e ela se foi...
Eis a causa do meu desassossego: A UNIÃO DA VITÓRIA COM O FRACASSO!
É como ganhar na loteria e ser assaltada logo depois da entrega do prêmio, não dá nem para sentir o prazer de ter ganhado tanto dinheiro, já que o fantasma de tê-lo perdido de forma tão imediata, quebra qualquer comemoração...
Consequentemente, por medo do fracasso, passei a temer a vitória, resultado da união indissolúvel de ambos...
Atualmente, tento vislumbrar algum desafio em que a derrota por exaustão não venha de brinde com a sua superação... não tem sido fácil, até porque inconscientemente (agora consciente kkkk) me tornei dependente da imagem da Aline desbravadora e, por via refleta, da ausência de olhares "tortos" de reprovação alheios. 
Meu caminho segue incerto, mas o que não quero mais fazer tem ficado claro e isso criou muitos olhares curiosos e indecisos que almejam descobrir se minha escolha será digna ou não. Traduzindo: se ela me trará status ou não. Por isso, não tem sido fácil manter a confiança com tanta desconfiança alheia...
É tudo confuso e cansativo, pela primeira vez em anos não tenho um plano a longo prazo e isso me assusta e aos outros também. Mas, percebi que não posso permanecer no lugar que conquistei com muito suor e doenças, pois a percepção de estar no local errado me exaure ainda mais. Sou uma excelente profissional e adquiri muito conhecimento, isso é fato, mas o que fazer se minha natureza desafiadora, sem falsa modéstia, não me permite ficar na média que sei que ultrapassei há tempos. Não é fácil saber que é capaz de X,  mas que para obtê-lo vou definhar... não me contento com a metade do X para não cair em exaustão, até porque sem desafio nem este consigo alcançar...
Outro motivo, minhas maiores habilidades são totalmente desconsideradas no que faço, ou seja, é uma luta muito grande que foca nas minhas limitações e desconsidera minhas facilidades e capacidades.
Então, qual é o veredicto? Não sei, a única coisa que tenho certeza é que não quero ser advogada neste julgamento, pois, para infelicidade geral da nação, tenho mais vocação para a "boba da corte" kkkkk 



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